O
Barroco foi trazido ao Brasil pelos colonizadores, e assim como na Europa, em
cada localidade se manifestou de forma diversa. Nos lugares onde se
concentravam lucrativas atividades comerciais, as atividades artísticas
refletiam a prosperidade. Nas cidades do litoral do nordeste brasileiro, as
construções manifestavam o poder da Coroa Portuguesa. Com larga ostentação nas
edificações religiosas utilizando materiais nobres para dar formas a ornamentos
nos padrões ibéricos (Porugal e Espanha).
O Rio
de Janeiro tornou-se importante, e passou a ser capital da colônia em 1763, no
auge da extração de ouro e pedras preciosas onde hoje são os estados de Minas
Gerais e Goiás, tendo havido exploração desta natureza também onde hoje é
Cuiabá no MT. Tamanha riqueza desenvolveu a cidade do Rio de Janeiro, e a Arte
Barroca foi favorecida, como podemos ver na Igreja da Ordem Terceira de São
Francisco da Penitência, e no Mosteiro de São Bento.
Já
São
Paulo viveu geograficamente isolada durante o ciclo do açúcar e do ouro. O
desenvolvimento econômico só chegou ao interior paulista, em meados do século
XIX, quando se iniciou o cultivo do café. A escassez de recursos deixou por
conta do clero, a construção e decoração dos templos, fato notado nas fachadas
das igrejas que são mais simples como, por exemplo, a de Nossa Senhora do
Rosário, construída no século XVIII no Embu, São Paulo.
Ao
mesmo tempo, o interior do país recebia expedições de evangelização ou de
exploração de riquezas. Em
Minas Gerais temos claros exemplos do uso de novos materiais,
com a descoberta de ouro e pedras preciosas, foram surgindo cidades no interior,
e as igrejas construídas nos pontos altos foram se tornando cada vez mais
luxuosas, um dos exemplos, é a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco em Ouro Preto ,
construída entre 1766 e 1810.
No
Rio Grande do Sul, restam apenas ruínas da Igreja de São Miguel da
Ordem dos Jesuítas construída de 1735 a 1744. Na produção de
arte religiosa, permaneceu a mistura da cultura indígena e europeia, algumas
peças se encontram no Museu das Missões desde 1940, quando foi criado.
No Mato
Grosso, onde houve exploração de diamantes, temos um exemplo do Barroco em
Cuiabá, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, que tem fachada
simples, mas altares ricamente adornados.
A estética Barroca rompe
o equilíbrio entre o sentimento e a razão, arte e a ciência. Predominam as
emoções, o dinamismo das formas, a sedução, o drama. Utiliza decorativismo
intenso, superfícies repletas de arabescos, volutas e motivos florais. Os
elementos estão associados entre si de tal forma, que não se pode retirá-lo de
seu contexto. Tanto na pintura, escultura, como na arquitetura, a impressão de
movimento é constante, pois os elementos visuais avançam e recuam em relação
uns aos os outros, seja por do jogo de luz e sombra e linhas diagonais, ou por
formas côncavas e convexas, ondulações e espirais.
Na escultura mineira temos vários nomes, mas nenhum é tão mencionado como o de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que ganhou esta denominação devido a uma doença degenerativa que deformou seus membros. Mesmo depois de muito debilitado, ainda foi capaz de atender a uma grande última encomenda; o Santuário de Matosinhos, em Congonhas do Campo, MG.
Ainda na escultura, podemos
mencionar além de Aleijadinho em Minas Gerais , Mestre Valentim no Rio de Janeiro,
que faziam imagens sacras e decoração de altares e retábulos com grande prática
na talha.
Na pintura, temos Mestre Ataíde que como outros tantos pintores, deram a
nítida impressão de que os tetos das igrejas se abriam para o céu cheio de
anjos e santos.
Existem também manifestações
barrocas tipicamente caseiras, pois nas residências, as famílias reuniam-se para orações
de costume em torno de seus retábulos domésticos, os chamados oratórios, confeccionados nas mais variadas
formas e tamanhos, e ornados com materiais conforme as condições financeiras de cada família.
Portugal é a capital mundial do azulejo. Desde a época da vinda dos portugueses ao Brasil, este revestimento já era usado em Portugal, e chegou até lá por influência espanhola.
O padrão azul e branco, tão comum nos azulejos portugueses, surgiu no século XVII. Essas cores foram herdadas por influência holandesa e da porcelana oriental. O azul, ainda mais quando combinado com o amarelo, era sinônimo de poder e riqueza, por isso e está presente em muitos palácios e igrejas do país.
Os azulejos portugueses nas paredes das igrejas tinham a função pedagógica de contar histórias bíblicas, já que a leitura naquela época era privilégio de poucos.
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