Quem sou eu

Minha foto
Maracaju, Mato Grosso do Sul, Brazil
Professora de Artes na Rede Estadual - Escola Pe Constantino de Monte

Morre a árvore, nasce a arte

Morre a árvore, nasce a arte
Escultura de Elmar Medeiros em Maracaju

domingo, 18 de setembro de 2016

Humberto Espíndola Série Divisão do Mato Grosso

A Lei complementar nº 31 de 11 de Outubro de 1977 dividiu o estado do Mato Grosso, criando o Estado do Mato Grosso do Sul. No ano de 1978 foi implantado o novo estado, e o artista plástico Humberto Espíndola, que já se firmara nacional e internacionalmente com sua obra intitulada Bovinocultura, traduziu e sintetizou plasticamente a história da divisão em uma série de quadros.

Humberto Espíndola oferece um verdadeiro roteiro estético-histórico do fato através da pintura, desafiando seus limites, reforçando a autonomia da linguagem artística, e humanizando o sentimento popular. A coleção é parte fundamental da história e cultura sul-mato-grossense, e deve ser de domínio público,  devem portanto, ficar a disposição da comunidade em museu, e outros lugares de acesso público.


Fonte: Maria Adélia Menegazzo, 1998 Catálogo do acervo do MARCO Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul.



O Sopro 1978 Humberto Espíndola



O passeio do General 1978 Humberto Espíndola



Pecus e Pecúnia discutem a divisão 1978 Humberto Espíndola



As cidades rivais 1978 Humberto Espíndola



Dividire per multiplicare 1978 Humberto Espíndola



Eterna Saudade 1978 Humberto Espíndola



O arcebispo 1978 Humberto Espíndola



Nascimeto de Mato Grosso do Sul 1979 Humberto Espíndola





Acesse aqui a obra de Humberto Espíndola

Bovinocultura

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Romantismo



A palavra romantismo representa uma maneira de se comportar, de agir, de interpretar a realidade. A atitude romântica caracteriza-se pelo sonho, pela emoção diante do mundo, dos fatos, e dos relacionamentos. Esse comportamento pode ocorrer em qualquer tempo da história, porém, o movimento Artístico Romantismo, foi uma forma de expressão utilizada na Europa do século XIX aproximadamente entre 1820 e 1850. 

Os fuzilamentos de 3 de Maio de 1808

Os fuzilamentos de 3 de Maio de 1808 - Francisco Goya

         Este espantoso quadro de Francisco Goya é uma das imagens mais memoráveis da desumanidade do homem para com o homem, e uma das mais poderosas condenações da brutalidade da guerra. Os exércitos de Napoleão Bonaparte ocuparam a Espanha e, no dia 2 de Maio de 1808, os cidadãos de Madrid levantaram-se contra os franceses. No dia seguinte o exército francês revidou com terrível vingança, executando centenas de rebeldes e muitas outras pessoas que eram apenas observadores inocentes. Uma fileira interminável de patriotas espanhóis arrastou-se penosamente colina acima ao encontro da morte.
               No primeiro plano os fuzilados espalham-se pelo chão. O ponto focal é um homem de camisa branca prestes a ser executado. Diante dele há uma poça de sangue. Ele levanta os braços num derradeiro gesto pela vida, totalmente indefeso. Em sua mão Goya deixou uma pista de sua inocência, estigmas, remetendo ao sacrifício inocente de Cristo pela humanidade.





                  À sua frente está uma disciplinada linha de soldados sem rosto do pelotão de fuzilamento, suas pernas e rifles impecavelmente alinhados, prestes a atirar. Os casacos dos soldados, por serem feitos de lã não tingida, explica a diferença de tonalidades na pintura. As mochilas indicam soldados de infantaria, muito embora raramente, os fuzilamentos fossem executados por homens uniformizados. O chapéu característico e os sabres de punho reto foram introduzidos durante as guerras napoleônicas.
                   O drama da cena, alcançado não só pelo que ela representa, mas também pelas expressões faciais das figuras, pelas linhas diagonais e pela iluminação, recursos já utilizados no Barroco italiano, são características fundamentais da pintura histórica no Romantismo.

Fontes: A arte de educar, 2003  e Série  Pinceladas de Arte.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Neoclassicismo

Predominante na Europa do final do século XVIII e início do XIX, esse movimento artístico sugeriu o retorno à Arte da Grécia e da Roma Antigas reagindo aos exageros do Barroco e do Rococó. A arte já havia se utilizado desses padrões durante o Renascimento, no fim da Idade Média, aquele havia sido o primeiro retorno à tradição clássica.
Expressou os valores próprios de uma nova e fortalecida burguesia, que assumiu a direção da sociedade europeia. Os ideais do Iluminismo e da Revolução Francesa (1789-1799) (liberdade, igualdade e fraternidade) favorecem um espírito cívico e de sacrifício heróico que são temas da pintura histórica, que juntamente com os retratos, são consideradas as formas mais nobres da Arte.
A pintura foi inspirada principalmente na escultura clássica grega e na pintura renascentista italiana. E suas principais características são: o retorno ao passado, pela imitação dos antigos modelos greco-romanos; academicismo nos temas e nas técnicas (sujeição aos modelos e às regras ensinadas nas  academias de artes); o naturalismo, arte imitando a natureza; e panejamento e detalhismo, cuidado excessivo na representação de tecidos e texturas. O desenho é mais importante que a cor cor (não que esta tenha sido deixada de lado), e os ambientes são teatrais (sombrios ao fundo).

Alguns dos principais artistas do movimento neoclássico Europeu foram:

Jacques-Louis David: (1748-1825) Nasceu em Paris e foi considerado o pintor da Revolução Francesa e do Império de Napoleão, registrando fatos históricos ligados à vida do imperador. Algumas obras: "Bonaparte Atravessando os Alpes" e "A Morte de Marat".

Jean Auguste Dominique Ingres: (1780-1867) Foi discípulo de Jacques-Louis David (1797), pintou composições mitológicas e literárias, nus, retratos e paisagens. Registrar a fisionomia da classe burguesa no seu gosto e poder,  revela muito apuro técnico na pintura do corpo humano e de tecidos. Algumas obras: "Banhista de Valpinçon" e "Louis Bertin". 

Bonaparte atravessando os Alpes , Jacques Louis David, 1801

Nesta obra podemos observar, além das características da pintura neoclassicista acima mencionadas, o idealismo que retrata Napoleão Bonaparte como um saudável e bem vestido comandante de um exército bem preparado, armado e vencedor, impulsionado por grande entusiasmo, e indicando com o dedo levantado sua intenção de alcançar o topo, a vitória. Lá estaria seu objetivo e demonstra estar disposto a tomar posse de seu lugar, sobre o lombo de um imponente cavalo branco. Veja melhor os detalhes:





Há outras pinturas que representam, talvez de modo mais fiel, este momento da história de Napoleão Bonaparte. Nesta abaixo vemos um comandante no lombo de um burrinho, que seria o mais indicado para transpor montanas, abatido, mal preparado para o rigoroso inverno, e sofrendo com suas insistentes dores de estômago. O acompanham homens cansados e mal nutridos, 

Bonaparte cruzando os Alpes, Paul Delaroche, 1848

A seguir, os principais traços desta obra neoclassicista de Jacques Louis David



Veja mais algumas imagens do Neoclassicismo:

A morte de Marat

A Morte de Marat -  Jacques Louis David, 1793 Neoclassicismo



Em A Morte de Marat, a vítima foi um dos principais membros da Convenção Nacional, jornalista radical, editor da publicação L'Ami du Peuple (O Amigo do Povo), um do homens mais poderosos da França que a governou durante a Revolução Francesa. Sendo extremista reuniu muitos inimigos. Em 13 de julho, Charlotte Corday, adversária política de Marat, teve licença para adentrar sua sala de banho, o que era comum, já que ele sofria de uma doença de pelo e tinha de tomar banhos frequentemente e usar turbantes embebidos em azeite, seu banheiro era como um escritório.
Assim que teve oportunidade Charlotte Corday esfaqueou Marat até a morte. Quase foi linchada pelos populares, e em seu julgamento, disse: "Eu matei um homem para salvar cem mil vidas". Três dias depois foi para a guilhotina.
Jacques-Louis David foi convidado pela Convenção a pintar um memorial a Marat.

A face de Marat - David alterou sua aparência para parecer um herói martirizado. Removeu suas marcas de pele e o rejuvenesceu.


Faca do crime - A faca está no chão. Segundo alguns relatos, a faca ficou alojada no peito de Marat. David excluiu todo elemento que prejudicasse a imagem de mártir do revolucionário, limpando o sangue e mudando o fundo ornamentado do banheiro.

Mobília simples - Para mostrar que Marat era um "homem do povo", David pintou este caixote velho como uma escrivaninha improvisada.



Carta na mão - É uma apresentação de Charlotte: "Basta minha grande infelicidade para dar-me o direito à sua bondade". David distorce a verdade para destacar a generosidade do assassinado e demonizar a assassina. Na verdade, Charlotte conseguiu entrar porque afirmou ter informações sobre os reacionários, inimigos monarquistas.

Fonte: Blog da EE José Justino de Oliveira



A Princesa de Broglie

A Princesa de Broglie, 1851-53, Jean Auguste Diminique Ingres, Neoclassicismo








O JURAMENTO DOS HORÁCIOS

Estamos na segunda metade do século XVIII. Em 1784 a monarquia francesa, baseada no direito divino dos reis, agonizava. Era preciso reviver os ideais das grandes civilizações, face à frouxidão moral da época e do regime que a gerava. O impulso para a revolução política vem dos filósofos iluministas Diderot e Voltaire. A Revolução Francesa de 1789 estabeleceria o "Estado nacional republicano", da liberdade, igualdade e fraternidade.

Contexto do Surgimento do Neoclassicismo: Onde buscar o novo modelo, em contraponto ao Barroco e ao Rococó?
A pintura, heróica e firme, encarna o novo sonho político. A celebração da arte, da vida e da moral. A propagação do heroísmo e da virtude cívica. Que a arte fosse racional, moral e intelectualizada. Que as ações humanas fossem regidas pela razão e pelo bem comum. O evangelho social do Iluminismo, onde o pobre, e não a aristocracia imoral, fosse reconhecido como cheio de virtude e de sentimento sincero e a ação humana fosse nobre e séria.
As sementes vêm de Roma, do fato histórico romano dos"Horácios e Curiácios".

Os reinos de Roma e de Alba estão em disputa pela soberania. Seis guerreiros, três de cada reino, são escolhidos para decidir a soberania dos reinos: três Horácios de Roma e três Curiácios de Alba. Desenha-se a tragédia de duas famílias amigas, na defesa de seus reinos. De um lado, o velho Horácio, o jovem Horácio e seus dois irmãos. De outro, os três Curiácios. Camila, irmã do jovem Horácio é amante de um dos Curiácios, de quem tem um filho. Sabina, esposa de Horácio, é irmã de um dos Curiácios. O compromisso dos guerreiros, de ambos os lados, é lutar, até a morte, pela supremacia de seus reinos. É a negação total do individual, em benefício do coletivo. As mulheres sabem que padecerão por perdas e tentam convencer os guerreiros a desistirem da luta. O velho Horácio os dissuade da opção de não lutar: Dá-se a luta. O jovem Horácio perde dois irmãos, mas vence ao final, matando os Curiácios, e é recebido em Roma como herói. A moral coletiva se impõe às paixões pessoais.



Jacques-Louis David (1748-1825) retrata a cena do compromisso dos Horácios, naquela que seria a obra-prima do neoclassicismo, um elogio ao heroísmo e à virtude cívica, ele mesmo um pintor engajado nos ideais da Revolução Francesa. A obra faz de David o verdadeiro pintor da nova França.

A cena acontece em um ambiente fechado.

Os três Horácios unidos, com os braços apontados para o pai ao centro, assistindo ao juramento dos filhos, com três espadas que lhes serão entregues. A virilidade e robustez expressa-se nos quatro personagens, sob a frieza das colunas ao fundo. À direita, as mulheres inertes e passivas. Curvas suaves e braços lânguidos traduzem a emoção da cena. O reto, o vertical e o viril contrastam com o delicado, o fraco e o lânguido. Camila e Sabina são a personificação da angústia e da tragédia. A aia, ao fundo, cuida dos filhos de um dos Horácios e de um dos Curiácios, cujas mães se debruçam, antecipando o desfecho pressentido. A cor que dominante é o vermelho vivo, que se torna a cor da Revolução Francesa.





Fonte: Baderna Brasil - De tudo um pouco


Madame Raymond de Verninac


Madame Raymond de Verninac, 1789-99, Jacques Louis David, Neoclassicismo