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Maracaju, Mato Grosso do Sul, Brazil
Professora de Artes na Rede Estadual - Escola Pe Constantino de Monte

Morre a árvore, nasce a arte

Morre a árvore, nasce a arte
Escultura de Elmar Medeiros em Maracaju

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Arte no Renascimento


No final da Idade Média, séculos XIV e XV, o feudalismo entrou em decadência. A paz entre os feudos favoreceu o comércio dos novos artigos de consumo trazidos pelas grandes navegações. Em busca de novas rotas de comércio e ampliar territórios, Colombo chegou à América em 1492, e Cabral ao Brasil em 1500. Muitos comerciantes enriqueceram, passaram a interferir na política, e investir nas artes como forma de encontrar prestígio e ostentar o poder. Foram chamados de mecenas, e promoveram grande desenvolvimento intelectual que fez renascer o esplêndido legado deixado pelos gregos e romanos, daí o nome Renascimento, florescendo na Itália e espalhando-se por toda Europa.
Entre as redescobertas está o humanismo, movimento intelectual que coloca o homem como centro do universo, e passa-se do teocentrismo ao antropocentrismo. Os intelectuais passam a questionar a autoridade da igreja e dar mais importância ao ser humano e à razão. O cristianismo não deixou de ser a religião dominante na Europa, mas os temas das obras de arte passaram a ser a beleza física do corpo humano, o que foi possível devido à curiosidade saciada nas seções clandestinas de dissecação de corpos. As novas técnicas de pintura trouxeram mais realismo, e o artista pôde expressar suas idéias e sentimentos. Criando com estilo pessoal, sem se submeter ao poder da igreja, o artista era bem pago, seja qual fosse seu cliente.



Características da pintura Renascentista



Perspectiva - A ilusão de que o que está próximo de nossos olhos é maior do que o
que está longe. As linhas paralelas parecem se encontrar na linha do horizonte.





Pintura a óleo - Com esta tinta é possível realizar trabalhos mais elaborados
e com matizes de cores pois ela demora mais tempo para secar.


Novos suportes - Diferente da pintura mural, a mobilidade da tela
aumentou a troca de experiências e a possibilidades de comercialização.


Inclusão de cenas de arquitetura – Em muitas pinturas do período podemos encontrar
cenas com casas, prédios, varandas, colunas, abóbadas, pisos, paredes, etc.


Naturalismo e Realismo – Foi resultado dos estudos de anatomia, o que revelou
como funcionava o corpo humano, em especial a musculatura, tendões e veias.
Sfumato - Técnica onde não há uma linha dividindo os
espaços na pintura. É como se víssemos cenas esfumaçadas.
Chiaroscuro - Define as formas e a profundidade pelo contraste
entre a luz e a sombra, que altera as cores, figuras e fundos.


Composição piramidal – disposição dos elementos de forma racional e estável.




Artistas Renascentistas

Leonardo Da Vinci (1452-1519) Foi o talento mais versátil do Renascimento: Nas artes seus estudos de perspectiva são considerados insuperáveis, e o sfumato foi sua invenção. 
Michelangelo (1475-1564) Arquiteto, pintor, poeta e principalmente escultor. Podemos perceber a forma escultural das figuras humanas.

Sandro Botticelli (1444-1510) Retratava a Antiguidade Grega e o Cristianismo. Seus personagens expressam suavidade e graça, copos leves e esguios parecem flutuar.

"O nascimento de Vênus" de Sandro Botticelli.


A pintura mostra a Vênus surgindo nua de uma concha sobre as espumas do mar. Embora desnuda, a deusa não sugere erotismo algum, ao contrário, passa-nos uma extrema pureza. Ela se encontra dentro de uma enorme concha que é impelida para a praia. Vênus foi concebida quando o titã Crono castrou o próprio pai, o deus Urano; os genitais cortados caíram no mar e o fertilizaram.

Zéfiro, vento primaveril do oeste filho da Aurora, sopra na direção da deusa, acompanhado pela  ninfa Clóris, que foi raptada pelo apaixonado Zéfiro. Ao se tornar sua noiva, ela se transformou em deusa. Ambos exalam o hálito que leva Vênus para a terra firme. À volta deles, chovem rosas, que, segundo lenda, surgiram no nascimento da deusa. Cada rosa tem um coração dourado.

A ninfa da direita é Flora, uma das três Horas, as deusas gregas das estações que acompanhavam Vênus, e lhe entrega um manto púrpura. Tanto o seu traje suntuoso quanto a linda capa que ela estende para Vênus são bordados com margaridas vermelhas e brancas, prímulas amarelas e centáureas azuis. Traz no pescoço uma guirlanda de murta, todas flores primaveris.
As árvores são parte de um laranjal em flor. As folhas verde-escuras e os troncos são realçados com linhas douradas e cada uma das pequenas florescências brancas também recebeu toques e contornos dourados.

A obra foi produzida em 1483 por encomenda de Lorenzo di Pierfrancesco, um político e banqueiro italiano que queria enfeitar sua residência. Ao contrário das obras de Leonardo da Vinci  e Rafael Sanzio, a anatomia de O Nascimento de Vênus não apresenta o realismo clássico. Nota-se que o pescoço da deusa é mais longo e seu ombro esquerdo tem uma representação anatômica incorreta, porém o fato foi considerado influência do Maneirismo. É uma têmpera sobre tela que mede 172,5x278,5 cm.

A figura delgada tem a mão direita cobrindo um dos seios, enquanto a esquerda cobre-lhe a virilha, usando as pontas de seus longos cabelos ruivos, gesto comum às pessoas pudentes. Foi uma pintura revolucionária para o seu tempo, por se tratar da primeira obra de grande porte renascentista a tratar um tema laico e mitológico, abrindo mão dos temas sacros.

http://clubedaarteescolar.blogspot.com.br/2012/05/beleza-e-amor-nascimento-de-venus.html

Veja aqui,  no episódio da série Pinceladas de Arte, 
incríveis detalhes desta obra!!





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